Giovanni: 'Seria fácil voltar ao Santos'
Camisa 10 do Mogi Mirim, adversário do Santos de domingo, no Pacaembu, Giovanni está longe de ser inimigo. O Messias, como foi carinhosamente apelidado pelos santistas, deverá receber homenagens da arquibancada durante o seu primeiro embate contra o clube que o consagrou no futebol.
Afinal, a história de Giovanni no Santos é um caso de amor que passa de geração em geração. Nem mesmo o conturbado ambiente vivido pelo clube em 2006, que pontuou o fim da sua segunda passagem pela Vila de forma melancólica - consequência da goleada sofrida, por 7 a 1, para o Corinthians - e as rusgas com o presidente Marcelo Teixeira, arranharam a imagem do jogador perante a torcida do Alvinegro.
- O que mais me impressiona é que nunca ganhei um título pelo Santos - diz Giovanni, que não esconde a mágoa de não encerrar a carreira no Peixe, sonho vivo em grande parte dos santistas.
Emocionado, o Messias falou sobre o momento no Mogi e do carinho pelo Santos. Confira:
Cobrança de Rivaldo
O presidente do Mogi Mirim (Rivaldo) hoje está insatisfeito e qualquer um no lugar dele também estaria. Isso é normal.
Volta aos gramados
Não tenho nenhum arrependimento. Já estou pensando até em jogar ano que vem novamente pelo Mogi Mirim. Devo muito ao Rivaldo. Ele é um grande amigo, como se fosse um irmão.
O reencontro
Com certeza vai ser um momento especial, já que a torcida do Santos sempre teve um carinho enorme. Recebo e-mails, mensagens pelo orkut e quando vou para Santos sempre me param na rua. Será bom o encontro, mas estou pensando também na minha equipe. Quando a bola rolar temos de deixar isso de lado.
Atuais condições físicas
Todo mundo sabe que a parte física de um atleta cai com a idade, mesmo que ele se esforce como eu me esforço. Não tenho problema nenhum com isso, se não eu não estaria hoje aqui no Mogi Mirim. Quero jogar futebol pelos poucos meses que me restam.
Retornar ao Santos
Pela minha parte seria fácil. Seria um pouco mais difícil pela parte do Santos, do presidente. Ele ficou magoado pelo episódio em que alguns atletas foram afastados e eu fui um pouco contra, disse que aquele não era o momento certo de afastá-los. Então, eu acho um pouco difícil voltar ao Santos. Da parte deles. Da minha, não.
Nota da redação:
foi em 2005, após a vitória do Corinthians, por 7 a 1, no Brasileirão. Os jogadores foram acusados de fazer corpo mole para derrubar o técnico Nelsinho Baptista.
Neymar
Vai ser legal enfrentá-lo. Tem de dar tempo ao tempo. Não podem cobrar nada do menino. Ainda falta a ele amadurecer muito.
Homenagens da torcida
Acho que vai ser uma emoção muito grande, não tem preço. O que mais me impressiona é que nunca ganhei um título pelo Santos. Quando você ganha, você sabe que os caras gritam porque fomos campeões. Mesmo assim, as pessoas têm um respeito muito grande por mim. É uma honra.
Respeito dos dirigentes
Acho que sempre tem de ter respeito, sendo você um ídolo ou não. Mas uma coisa que eu aprendi no futebol é que você não deve esperar nada dos homens. Principalmente no futebol, em que você é como um copo descartável, usam e jogam fora. Nunca me iludi.
14/03/2009 - Atualizada ás 08:49
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