Diretoria da Lusa pensa como clube pequeno, mais uma vez.

Recebi diversos e-mails, telefonemas e manifestações a respeito da divisão de ingressos para o jogo de sábado entre Portuguesa X São Paulo no Canindé.
A diretoria da Portuguesa novamente (está se tornando uma constante), pisou na bola com o seu torcedor e mandou 10.000 dos 20.990 ingressos colocados a venda para o Estádio do Morumbi, onde os tricolores esgotaram os mesmos em apenas uma hora de venda.
Todos os clubes mandantes entregam somente 10% da carga de ingressos para a torcida adversária, porque a Portuguesa vai dar praticamente metade para a torcida do S.Paulo?
Não discuto o fato de o estádio estar muito mais bonito, pois estará completamente lotado; toda a mídia escrita, falada e televisada presente, e a capital do futebol efetivamente será depois de muito tempo, o Estádio Osvaldo Teixeira Duarte; discuto o desprezo da diretoria com o torcedor rubro-verde.
Além do que a carga para o líder do campeonato ter sido enviado diretamente para o seu estádio, os ingressos destinados aos torcedores da Portuguesa está distribuída em vários pontos de venda.
Quem garante que outros torcedores do São Paulo também não vão a estes pontos comprar mais ingressos?
Aliás, eu tenho absoluta convicção que isto acontecerá!
Conclusão: a torcida do São Paulo vai tomar de assalto o Canindé!
Não morro de amores pela diretoria do Santos, absolutamente, mas quando o clube precisou, a diretoria dava ingressos aos seus torcedores, fazia promoções, mulheres não pagavam, com o temor da segunda divisão. Quando o perigo passou (o clube saiu da lanterna para a 13ª colocação, com a quarta melhor campanha do returno), a diretoria majorou os ingressos (R$ 30,00 na última partida contra o Palmeiras).
O que é melhor? Uma renda de R$ 600.000,00 (Seiscentos mil reais) ou a manutenção das cotas de TV a clubes da série A, que no mínimo gira em torno de mais de R$ 10.000.000,00 (Dez milhões de reais).
Neste momento, o que a Diretoria rubro-verde deveria pensar era em escapar do rebaixamento, o fator campo vai deixar de existir, graças à ganância do departamento financeiro e do atual mandatário (Manoel da Conceição Ferreira) que podem estar trocando a permanência na primeira divisão por míseros trocados de um só jogo.
Verdade seja dita, o diretor de futebol, Luís Yaúca, foi voto vencido, pois ele pensou na permanência do clube na divisão da elite. A proposta do dirigente foi de ingressos de R$ 10,00 (Dez Reais) para o torcedor da Portuguesa que fosse com a camisa do clube e os 10% que o adversário tem direito a R$ 50,00 (Cinqüenta Reais). Se o estádio ficasse vazio, problema da Lusa, mas a sua torcida teria imensa maioria.
Ah, que saudades de Osvaldo Teixeira Duarte. Em 1985, o presidente que tem seu nome perpetuado no estádio da marginal Tietê, peitou a Globo e a Federação Paulista de Futebol, exigindo os mesmos direitos para a Portuguesa, coincidentemente como no sábado, finalista do Paulistão daquele ano contra o mesmo São Paulo exigindo a mesma cota. Não quiseram pagar... o que aconteceu? A Rede Globo de Televisão não transmitiu a final, porque não concordou em pagar os mesmos valores que pagaria ao São Paulo para transmissão.
Que o fato do torcedor São Paulino ser maioria no final de semana ser sinônimo de vitória não é uma verdade, mas o torcedor colabora, empurra e pode decidir.
A Portuguesa deveria fazer o que fazem com ela: 10% para a torcida adversária e 90% para a torcida da Lusa, que, mesmo que não compareça com este número, pelo menos com certeza seria maior que a do São Paulo, que vai se sentir em casa.
A torcida lusa é composta por famílias, que não comparecerão com medo de serem agredidas pela outra torcida.
Parabéns, a estes diretores gênios!!!